Brasil enfrenta “tarifaço” dos EUA: Lula promete soberania acima de tudo
Em sua segunda reunião ministerial de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abordou a recente elevação de tarifas impostas pelos Estados Unidos e reforçou a postura de soberania do Brasil. Em um discurso contundente, Lula afirmou que o país não aceitará “desaforo, ofensas e petulância de ninguém”, embora permaneça aberto ao diálogo em condições de igualdade.
A orientação dada a seus ministros é que a defesa da soberania brasileira seja um ponto central em todas as suas falas públicas. O presidente classificou como descabidas as decisões do governo norte-americano de Donald Trump de impor barreiras comerciais, mas reiterou que o Brasil está pronto para negociar.
As Consequências do “Tarifaço” nas Exportações Brasileiras
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, detalhou o impacto das medidas norte-americanas. Ele revelou que 35,6% das exportações brasileiras para os EUA agora enfrentam uma tarifa de 50%.
A escalada das barreiras começou com uma taxa de 10% em abril e subiu para 40% em agosto, supostamente em retaliação a decisões brasileiras que, segundo o governo Trump, prejudicariam empresas de tecnologia e em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Além disso, 23,2% das exportações, que incluem produtos como aço, alumínio, cobre e automóveis, são taxadas em 50% e 25%, respectivamente, sob a Seção 232 da Lei de Expansão Comercial norte-americana. O restante dos produtos exportados mantém uma tarifa de 10%.
O Plano Brasil Soberano e a Busca por Novos Mercados
Para socorrer as empresas afetadas, o governo brasileiro já implementou medidas. A Medida Provisória que criou o Plano Brasil Soberano estabeleceu uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para exportadores e ajustou regras de seguro de crédito e fundos garantidores.
O plano também suspende tributos sobre insumos importados e destina compras governamentais para gêneros alimentícios que perderam o mercado de exportação.
Paralelamente, a política externa brasileira busca ativamente a abertura de novos mercados. O vice-presidente Geraldo Alckmin, inclusive, embarca para o México com outros ministros para negociar a ampliação do comércio em setores como agricultura, biocombustíveis, aviação e indústria.
Soberania e Respeito como Condições de Diálogo
Lula concluiu sua fala ressaltando que, embora o Brasil busque o diálogo, ele só acontecerá em um cenário de respeito e igualdade, onde a soberania nacional e a separação dos poderes são inegociáveis.